Meu bem,
Você está vendo tudo? Consegue me enxergar, me sentir, ver meu desespero?
Está tudo errado. Júlia está numa fase difícil, eu não estou sabendo lidar... não paro de pensar em como seria se você estivesse aqui... ela estaria assim? Como agiríamos? O que você me diria para fazer? O que você faria em algumas situações?
Perguntas... muitas, todas sem respostas...
Tudo isso por causa de um erro, um descuido, talvez o único em uma vida inteira...
De repente, me vejo em situações que imaginei inúmeras vezes quando me tornei mãe, mas não posso agir como planejei simplesmente porque eu não sou mais a mesma, nossa família não é mais como sonhamos... eu dependo agora de muitas pessoas que não estavam nos nossos planos. Nunca estou sozinha, mas também nunca mais vivi a ninha vida. É como seu estivesse vivendo a vida dos outros e os outros vivessem a minha...
Você era a alma da casa, você nos mantinha unidos, você nos tornava quem nós éramos... sem você, me perdi, tento resgatar o que sonhamos, mas faço apenas o mínimo... estou perdendo o controle, estou apenas seguindo em frente, sem planos, sem projetos... não há mais os nossos, eu não tenho mais os meus... sou apenas vazio, uma casca, oca, lutando para parecer forte e manter-me de pé...
sexta-feira, 26 de maio de 2017
terça-feira, 23 de maio de 2017
sábado, 20 de maio de 2017
Hoje é segunda! Graças a Deus o fim de semana acabou e com ele ficou o dia das mães...
Ontem, eu recebi inúmeras mensagens, mas não respondi a nenhuma, não parabenizei ninguém, com exceção de minha mãe com quem passei o dia. Mal educada? Não, triste, muda, atônita...
Não tinha o que dizer, não queria estar ali, sozinha, vivendo os planos que fizemos juntos... lembro de suas palavras em uma palestra... você me agradeceu por ter te acompanhado e aceitado viver e compartilhar dos seus sonhos, se disse realizado pessoalmente e só desejava dar conforto para a sua família... eu só queria te dizer que nós trocaríamos todo o conforto do mundo pela sua presença...
Hoje visualizei a última foto que você me mandou. Nela vi amor, cuidado e proteção... na penúltima vi seu olhar sereno conversando com o meu... é como se o tempo não tivesse passado e você estivesse ali na sala... eu vou só fechar os olhos por alguns minutos para descansar e prometo te encontrar daqui a pouco lá... as crianças dormiram, nós poderemos conversar sem pressa...
Já é sábado! 5 da manhã! Demorei exatamente uma semana para escrever este texto que não é dos maiores...
A vida não me deu trégua ainda, não sei se dará um dia...
As crianças estão resfriada, Juju fez febrão de 40 graus e quase me matou de susto! Bruno, com uma gripe que evoluiu para asma... muito remédio por aqui! Medo de me perder sem você... me perder nos remédios, nos horários, nos procedimentos (vc cuidava de tudo! Ainda tenho frascos com a sua letra indicando o horário, a quantidade e o procedimento correto para eu não me perder)... na vida, eu já estou perdida...
Saudade sem fim! Você faz falta nos momentos difíceis, meu bem, mas ela é infinitamente maior nos momentos felizes! É isso! É essa a dor maior, você precisava estar aqui para receber o primeiro desenho da Juju na escola (foi uma flor) e também para roubar o primeiro sorriso do nosso pitico... ele já gargalha, indo contra todaos os diagnósticos médicos, ele cresce feliz... ele é seu, saiu a você! Ele vê solução onde todos veem problemas...
Ontem, eu recebi inúmeras mensagens, mas não respondi a nenhuma, não parabenizei ninguém, com exceção de minha mãe com quem passei o dia. Mal educada? Não, triste, muda, atônita...
Não tinha o que dizer, não queria estar ali, sozinha, vivendo os planos que fizemos juntos... lembro de suas palavras em uma palestra... você me agradeceu por ter te acompanhado e aceitado viver e compartilhar dos seus sonhos, se disse realizado pessoalmente e só desejava dar conforto para a sua família... eu só queria te dizer que nós trocaríamos todo o conforto do mundo pela sua presença...
Hoje visualizei a última foto que você me mandou. Nela vi amor, cuidado e proteção... na penúltima vi seu olhar sereno conversando com o meu... é como se o tempo não tivesse passado e você estivesse ali na sala... eu vou só fechar os olhos por alguns minutos para descansar e prometo te encontrar daqui a pouco lá... as crianças dormiram, nós poderemos conversar sem pressa...
Já é sábado! 5 da manhã! Demorei exatamente uma semana para escrever este texto que não é dos maiores...
A vida não me deu trégua ainda, não sei se dará um dia...
As crianças estão resfriada, Juju fez febrão de 40 graus e quase me matou de susto! Bruno, com uma gripe que evoluiu para asma... muito remédio por aqui! Medo de me perder sem você... me perder nos remédios, nos horários, nos procedimentos (vc cuidava de tudo! Ainda tenho frascos com a sua letra indicando o horário, a quantidade e o procedimento correto para eu não me perder)... na vida, eu já estou perdida...
Saudade sem fim! Você faz falta nos momentos difíceis, meu bem, mas ela é infinitamente maior nos momentos felizes! É isso! É essa a dor maior, você precisava estar aqui para receber o primeiro desenho da Juju na escola (foi uma flor) e também para roubar o primeiro sorriso do nosso pitico... ele já gargalha, indo contra todaos os diagnósticos médicos, ele cresce feliz... ele é seu, saiu a você! Ele vê solução onde todos veem problemas...
segunda-feira, 15 de maio de 2017
Meu bem,
Muita coisa me entristece, muitas atitudes, muitos comentários, a ausência de alguns, a distância e frieza de outros...
Mas eu coloco tudo na balança e descubro que as coisas boas são infinitamente maiores.
Acabo de deixar Juju na escola. Hoje é sexta, dia de levar brinquedos para o colégio (escolheu um dinossauro e uma bola), dia de comprar pipoca depois da aula... ela já entende, se despediu de todos aqui em casa, beijou o irmão e deu tchau para a Babi... foi feliz para a escolinha de uniforme e laço no cabelo, segurando a lancheira de borboleta que a tia Dê deu no aniversário de 1 aninho, lembra? Como sonhamos com essa cena...
Bruno está no meu colo fazendo inalação, pegou resfriado da Juju, passamos essa noite mais juntos e acordados que de costume... ele não respirou direito, ele gemeu de dor, mas não chorou... eu, com o coração na mão, não consegui ao menos cochilar. O medo de vê-lo novamente em uma Uti me manteve acordada... vez ou outra ia ver a Juju que tossia no outro quarto... ela dormiu com a Andreia, nossa amiga de tempo bom, de balada e tequila, mas irmã nas horas difíceis. Ela veio de TB passar conosco 1/3 de suas férias... É dessas coisas que eu preciso lembrar quando algo me magoar... é nessas pessoas que preciso me agarrar para seguir sem você... amigos de infância separados pelas besteiras da adolescência que se reaproximam também tornam o fardo mais leve.
É difícil demais, por inúmeras vezes durante o dia eu choro, eu me desespero, eu quero desistir, eu sinto saudades de mim, da nossa vida, mas aí vêm nossos pequenos que me sacodem com um susto (gripe, tosse, vômito, ficar preso no carro, comer Pimenta, faltar o ar, tombos...) como quem diz: mamãe, estamos aqui e agora você é tudo que nós temos...
Muita coisa me entristece, muitas atitudes, muitos comentários, a ausência de alguns, a distância e frieza de outros...
Mas eu coloco tudo na balança e descubro que as coisas boas são infinitamente maiores.
Acabo de deixar Juju na escola. Hoje é sexta, dia de levar brinquedos para o colégio (escolheu um dinossauro e uma bola), dia de comprar pipoca depois da aula... ela já entende, se despediu de todos aqui em casa, beijou o irmão e deu tchau para a Babi... foi feliz para a escolinha de uniforme e laço no cabelo, segurando a lancheira de borboleta que a tia Dê deu no aniversário de 1 aninho, lembra? Como sonhamos com essa cena...
Bruno está no meu colo fazendo inalação, pegou resfriado da Juju, passamos essa noite mais juntos e acordados que de costume... ele não respirou direito, ele gemeu de dor, mas não chorou... eu, com o coração na mão, não consegui ao menos cochilar. O medo de vê-lo novamente em uma Uti me manteve acordada... vez ou outra ia ver a Juju que tossia no outro quarto... ela dormiu com a Andreia, nossa amiga de tempo bom, de balada e tequila, mas irmã nas horas difíceis. Ela veio de TB passar conosco 1/3 de suas férias... É dessas coisas que eu preciso lembrar quando algo me magoar... é nessas pessoas que preciso me agarrar para seguir sem você... amigos de infância separados pelas besteiras da adolescência que se reaproximam também tornam o fardo mais leve.
É difícil demais, por inúmeras vezes durante o dia eu choro, eu me desespero, eu quero desistir, eu sinto saudades de mim, da nossa vida, mas aí vêm nossos pequenos que me sacodem com um susto (gripe, tosse, vômito, ficar preso no carro, comer Pimenta, faltar o ar, tombos...) como quem diz: mamãe, estamos aqui e agora você é tudo que nós temos...
terça-feira, 9 de maio de 2017
Hoje o dia amanheceu triste!
Minha irmã se foi, a babá não apareceu, Juju dorme na nossa cama sozinha, Bruninho dorme comigo apertado na cama dela... está tudo errado, eu sei! É exatamente essa a sensação que tenho para minha vida: tudo fora do lugar, mas eu não consigo ajeitar...
Eu sei que o dia vai ser especialmente triste... temos motivos, sua ausência é sentida mais forte nessas datas... mas eu preciso dizer que seu sorriso continua lá para mim...
Enquanto eu cochilava durante a mamada da madrugada, você me visitou... fez a mamadeira do Bruno, eu senti um alívio tão grande, a certeza de que tudo ia ficar bem... foi por segundos, mas foi reconfortante demais!
Minha irmã se foi, a babá não apareceu, Juju dorme na nossa cama sozinha, Bruninho dorme comigo apertado na cama dela... está tudo errado, eu sei! É exatamente essa a sensação que tenho para minha vida: tudo fora do lugar, mas eu não consigo ajeitar...
Eu sei que o dia vai ser especialmente triste... temos motivos, sua ausência é sentida mais forte nessas datas... mas eu preciso dizer que seu sorriso continua lá para mim...
Enquanto eu cochilava durante a mamada da madrugada, você me visitou... fez a mamadeira do Bruno, eu senti um alívio tão grande, a certeza de que tudo ia ficar bem... foi por segundos, mas foi reconfortante demais!
segunda-feira, 8 de maio de 2017
Eu não me lembro com certeza qual foi o nosso último beijo, aquele dia 08 ainda é ainda muito confuso, mas eu me lembro do primeiro... parece que foi ontem...
Você meio tímido, me segurou pela mão já tarde da noite em um festival de rock... eu imaginei que seria apenas um namorico de faculdade, mas foi um encontro de almas! Nós nos abraçamos para nunca mais nos largar! Foi lindo, como a nossa história... Algumas lembranças parecem embaçadas, foram 12 anos muito bem vividos, cheios de boas recordacoes, é difícil saber quais são as primeiras, quais foram as últimas...
Mas eu me esforço e tudo começa a voltar como se o tempo não tivesse passado... Fecho os olhos, vejo você chegando ao festival e me olhando, enquanto eu recolhia os bilhetes na portaria. Eu já sabia das suas intenções, foi um encontro armado por um cupido chamado Valéria. Eu sempre o vi pelo Campus da UFV, mas nunca nos falamos. Acho que minha memória mais antiga é a de você sentado com os amigos no bar do DCE, tomando limonada suíça... depois vem você de bicicleta indo para o Laboratório de Informática, onde fizemos nosso primeiro contato. Você era monitor, eu aluna sem nenhuma experiência com as máquinas. O nosso olhar não se cruzou ali, mas mais tarde você me confessou que foi até a recepção ver minha carteirinha de estudante para confirmar meu nome, saber meu curso...
Você na biblioteca também me remete para uma época em que nós éramos apenas conhecidos...
Da fila do RU, tenho a recordação de você centrado, mas cheio de amigos e sempre com um sorriso no rosto. Também vejo você nesta mesma fila, em um domingo na hora do almoço, de bermuda e chinelo, com ar de cansado e faminto depois de um feriado acampando. Apesar do cansaço, aquele seu sorriso estava lá. De todas as coisas, é dele que eu sinto mais falta. Tão espontâneo, tão verdadeiro, tão lindo e ao mesmo tempo tão decidido, tão forte! Acho que foi neste dia, na fila do RU, que enxerguei você, minha alma deve ter te reconhecido, porque desde então eu não mais olhei para ninguém... faz tempo, mas parece ontem...
O que aconteceu na sequência foi promovido pelo destino... nosso encontro foi por acaso, consequência de uma brincadeira... você falou sobre mim, eu brinquei sobre você, você pagou para ver e eu não me importei... nasceu um amor, aconteceu um encontro. Minha vida começou a fazer sentido ali, a partir de então eu encontrei o equilíbrio, a felicidade... ali, eu me perguntei: como fui capaz de viver sem você?
No meio de tanta vida, um desencontro aconteceu... Sim! Apenas um desencontro, porque a palavra morte não combina com você, meu coração acredita que você apenas viajou, que me espera e que em breve nos reencontraremos...
Enquanto isso, vou buscar nossas lembranças e registrá-las para que eu e nossos filhos sempre saibamos o que é felicidade, que ela existe! Para que naquele domingo triste e melancólico eu possa abrir o nosso livro e reviver a nossa história.
Te amo, te busco, te espero...
Você meio tímido, me segurou pela mão já tarde da noite em um festival de rock... eu imaginei que seria apenas um namorico de faculdade, mas foi um encontro de almas! Nós nos abraçamos para nunca mais nos largar! Foi lindo, como a nossa história... Algumas lembranças parecem embaçadas, foram 12 anos muito bem vividos, cheios de boas recordacoes, é difícil saber quais são as primeiras, quais foram as últimas...
Mas eu me esforço e tudo começa a voltar como se o tempo não tivesse passado... Fecho os olhos, vejo você chegando ao festival e me olhando, enquanto eu recolhia os bilhetes na portaria. Eu já sabia das suas intenções, foi um encontro armado por um cupido chamado Valéria. Eu sempre o vi pelo Campus da UFV, mas nunca nos falamos. Acho que minha memória mais antiga é a de você sentado com os amigos no bar do DCE, tomando limonada suíça... depois vem você de bicicleta indo para o Laboratório de Informática, onde fizemos nosso primeiro contato. Você era monitor, eu aluna sem nenhuma experiência com as máquinas. O nosso olhar não se cruzou ali, mas mais tarde você me confessou que foi até a recepção ver minha carteirinha de estudante para confirmar meu nome, saber meu curso...
Você na biblioteca também me remete para uma época em que nós éramos apenas conhecidos...
Da fila do RU, tenho a recordação de você centrado, mas cheio de amigos e sempre com um sorriso no rosto. Também vejo você nesta mesma fila, em um domingo na hora do almoço, de bermuda e chinelo, com ar de cansado e faminto depois de um feriado acampando. Apesar do cansaço, aquele seu sorriso estava lá. De todas as coisas, é dele que eu sinto mais falta. Tão espontâneo, tão verdadeiro, tão lindo e ao mesmo tempo tão decidido, tão forte! Acho que foi neste dia, na fila do RU, que enxerguei você, minha alma deve ter te reconhecido, porque desde então eu não mais olhei para ninguém... faz tempo, mas parece ontem...
O que aconteceu na sequência foi promovido pelo destino... nosso encontro foi por acaso, consequência de uma brincadeira... você falou sobre mim, eu brinquei sobre você, você pagou para ver e eu não me importei... nasceu um amor, aconteceu um encontro. Minha vida começou a fazer sentido ali, a partir de então eu encontrei o equilíbrio, a felicidade... ali, eu me perguntei: como fui capaz de viver sem você?
No meio de tanta vida, um desencontro aconteceu... Sim! Apenas um desencontro, porque a palavra morte não combina com você, meu coração acredita que você apenas viajou, que me espera e que em breve nos reencontraremos...
Enquanto isso, vou buscar nossas lembranças e registrá-las para que eu e nossos filhos sempre saibamos o que é felicidade, que ela existe! Para que naquele domingo triste e melancólico eu possa abrir o nosso livro e reviver a nossa história.
Te amo, te busco, te espero...
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