sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Só hoje eu percebi o passar do tempo, meu bem. Foi rápido, foi duro, foi necessário...
Eu hoje fui acordada com um carinho do nosso pequeno me olhando com aqueles olhos grandes e aquele sorriso farto. Me lembrou você!
Fiquei ali na cama sem vontade de levantar, enquanto ele brincava com os carrinhos... Juju acordou e me surpreendeu pedindo café da manhã: abriu a geladeira, escolheu sua fruta, pediu biscoito e suco. Sentou-se à mesa e como se fosse um adulto comeu sozinha enquanto eu ajeitava o meu café. Ainda faço as 4 xícaras... Bruninho na sua cadeirinha resmungava pedindo também seu café. Experimentei dar a ele o copo de suco e biscoitos. Ele, como se fizesse isso há tempos, conseguiu tomar o seu café da manhã sozinho. Eu fiquei ali olhando-os e pensando como o tempo passou sem que eu me desse conta?! Pensei em você, queria te ter ali, para nos abraçarmos contentes e vitoriosos.
Mais tarde, enquanto eu lavava a louça e os 2 brincavam pelo chão, percebi a Júlia tentando ensiná-lo o A E I O U. Como? Se eu nem sabia que ela já tinha aprendido?!
Não tenho como negar, muita coisa eu faço por obrigação, para que eles tenham lembranças felizes, mas a maior parte do tempo é uma briga comigo mesma. Uma luta interna...
Um vazio que doi, machuca.
Uma solidão mesmo sem estar só...
Uma sensação de que o sonho acabou, que só resta viver o sonho dos filhos.
E aí a gente se sente um nada... ninguém! Invisível... mas isso já não importa mais...