sábado, 4 de fevereiro de 2017

É tarde, meu bem. É minha segunda noite a sós com nosso pequeno. Ainda estamos no hospital, faz 11 dias que ele chegou... mas só ontem ele veio para mim para nunca mais me deixar... eu vejo você nele muito nitidamente! É como se uma parte de você tivesse renascido e voltado para mim.
Ele dorme agora, eu estou do seu lado checando sua respiração. Cochilo por segundos e acordo assustada para ver como ele está, vez por outra meu coração recebe golpes de saudades da Júlia. Penso nela sem mim, penso em tudo que precisei reprogramar e em muitas outras coisas que não pude planejar, simplesmente aconteceram, como o nascimento de Bruninho.
Penso em como nós programamos até as nossas memórias, como seria, o que faríamos... dói ter saído desse mundo, dói ter que enfrentar tantos imprevistos, dói viver um dia de cada vez, dói a sua falta em cada detalhe do dia... dói pensar na falta que nossos filhos sentirão de você, mas dói muito mais a falta que eles fazem a você...
Desde que ele chegou, inesperadamente, eu comecei a enxergar um pontinho colorido ao meu redor, nossos filhos são a cor vibrante no meio de um oceano cinza... o cinza dói, foco na cor e assim venço mais um dia....
Já já é hora de amamentar novamente, preciso cochilar para ver se meu leite volta...
Enquanto isso, você podia bem fazer carinho na minha cabeça, ela está tão pesada, tão cansada...

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