Tristeza... saudade... cabeça que não pensa... confusão que não se acerta... seu sorriso me dizendo que nada disso aconteceu... meu coração acelerando e parando toda vez que penso no acidente... sua voz comentando sobre tantas coisas... seu olhar enxergando minha alma... suas lembranças pela casa... a sensação de que não vivemos juntos, de que nossa história não foi real... pânico por pensar assim... pavor de acreditar nisso... dor no peito... choro que não se contém... soluço... falta de ar... enjoo... raiva do mundo (sem que o mundo tenha culpa)... luta para acreditar... luta para achar algo que me faça sonhar... vontade de ficar sozinha... você no meu pensamento... dor sem fim...
Penso em você! Busco nossas melhores lembranças... me sinto sufocada... escrevo... escrevo... escrevo...assim seguem meus dias, meus minutos... quero fugir, quero sumir... quero desligar... não posso! O tempo está passando rápido demais... não está me dando tempo... ainda tenho muito para pensar, decidir, resolver... logo Bruno chega... como será? Era para ser tudo tão diferente...
Não há como não me perguntar: por que Deus me deu a melhor vida sobre a Terra com você e de repente me deixou sozinha com a pior dor do mundo? Novamente reforço, sozinha, é estar sem você! Não importa quantos estejam ao meu lado, há um espaço que só você preenche!
Alguns dias antes do acidente, eu, como de costume, retirei as toalhas de banho para lavar e esqueci de colocar outras no lugar... fui tomar banho enquanto você brincava com Júlia longe do banheiro o suficiente para não me ouvir chamá-lo... ao terminar o banho, me lembrei que não havia reposto as toalhas, ensaiei para chamá-lo (em vão) ou sair molhando a casa toda até o quarto, quando olho para o lado e vejo as toalhas cuidadosamente penduradas... sorri! Você pensou por mim... como eu te amo! Me sequei e fui até você para te agradecer: meu bem, eu te amo também por isso! E você me respondeu: o que você faria sem mim?
Hoje eu que te pergunto: o que eu faço sem você?
Eu estou num banheiro escuro com a porta trancada, molhada, sem toalha e com frio... cadê você? O que eu faço sem você?
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