Meu bem,
Assim como ontem, estou pensativa...
Eu sei que você ter entrado na minha vida foi um presente, daqueles mais inesperados! Você se lembra dos meus planos de formanda? Lembra que quando eu te conheci eu não queria compromisso? Lembra da minha teoria dos 3 primeiros meses? Segundo meus pensamentos, se um relacionamento passasse sem crise por esse período, certamente ele vingaria, mas se houvesse briga, era melhor separar-se já que não teria futuro... você me confessou mais tarde que contou os dias, até que findasse esse tempo... e aí sim, pude, enfim, ser pedida em namoro, numa tarde de preguiça, depois do almoço, naquele quarto do alojamento da UFV... foi uma das raras vezes que te vi matar aula... Lembra que eu queria estar livre, solteira, para buscar aventuras profissionais em qualquer lugar do Brasil?
Lembra que eu tinha planos de fazer um concurso no Amapá junto com o Jeferson? O Jeferson foi, passou e mora lá até hoje... você me convenceu a não ir com o argumento mais frágil que poderia existir: lá teria índios muito perigosos... não posso deixar de rir... na verdade, eu já tinha razão para não ir, VOCÊ!
Ontem minha amiga e comadre me disse que descobriu não ser dona da vida dela, é isso! Não somos donos de nossas vidas, há um destino por trás de tudo, algo que sempre nos sacode e nós diz: ei, você fez planos, mas quem decide como e quando sou eu! E assim, vamos fazendo planos e descobrindo que a vida nos leva para além, distante, nem sempre para melhor, nem sempre para pior... depende... Até hoje, a vida tinha mudado muitos planos meus, nossos, mas sempre nos mostrando que ela sabia o que era melhor...
Há pouco mais de 2 meses, a vida mudou meu rumo, me derrubou, me fez ficar de joelhos, me fez implorar por misericórdia, me fez esquecer a dor física e mergulhar na pior das dores, a da alma. Nesse tempo, ela me mostrou que não sou nada, mas usou o mesmo método de sempre, o imprevisto. Porém, dessa vez, não há como ver algo bom nessa mudança de planos...
Hoje, senti uma certa perseguição pela rua. Para onde eu olhasse, havia uma grávida de barriga imponente (com aquele brilho no olhar que só as grávidas possuem) de mãos dadas com o marido/namorado. Isso me lembra o que eu tive é que o destino me tirou... dói!
Dói no fundo do coração saber que você não ficará grisalho (você seria um grisalho e tanto, talvez me fizesse sentir ciúmes); dói saber que você não levará Júlia ao altar ou não terá a chance de trabalhar com o seu filho e se orgulhar dos comentários positivos que ouviria sobre ele; dói por tantos motivos que eu poderia ficar aqui, listando-os interminavelmente.
Mas acordei com um pensamento novo, que me fez mudar um pouco, talvez só por hoje.
Depois de ver centenas de fotos sobre nossa história madrugada a dentro, percebi que posso guardar de ti duas imagens: a de antes e a de depois do acidente.
Assim, como num estalo, descobri que eu preciso me lembrar de você com toda a sua força, garra e brilho. É assim que nossos filhos precisam te conhecer, e é através de mim que este encontro acontecerá...
Para isso, preciso esquecer aquele dia, pensar em vc nos nossos melhores momentos, pensar em você como o grande exemplo que é, no homem forte e seguro que eu sempre admirei. Caso contrário, eu vou criar a imagem de um Bruno que não existiu, e isso é o mesmo que te esquecer...
Eu prometo que só por hoje eu vou ter apenas lembranças bonitas! Amanhã é outro dia, outra história e ao destino pertence...
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